Eram quase nove da manhã. O dia estava calmo e tranqüilo, quase não esquentava. Estava ventando e eu gostei dessa sensação.
Não me produzi muito para sair de casa - coisa que é raro acontecer. - Apenas vesti um vestido beje e calcei meu AllStar rosa, pus uma boina de crochê que minha mãe fez pra mim. Ela me mandara ir na fabrica de bolos e tortas, próximo a nossa casa. Iria comprar uma torta para a sobremesa do almoço dessa tarde. O restante da minha família iria comparecer hoje a tarde.... reunião de família.
Andei poucos metrôs ate chegar próximo ao local. Era um lugar encantador e aconchegante a tal fabrica de bolos e tortas. Me lembro que sempre gostava de ir lá quando criança. Minha mãe sempre comprava um churros sabor chocolate pra mim. Hoje em dia eu quase não aparecia lá... vivo ocupada com os estudos e em busca do meu primeiro emprego.
Assim que cheguei no estabelecimento me deparei com um grande fluxo de pessoas nos balcões, esperando serem atendidas. Eu me aproximei e aguardei a minha vez.
Observei as pessoas serem atendidas - grande maioria eram pessoas de idade e adultos. - eu era a única adolescente no ambiente, pelo menos foi o que pensava ate ver ele... Um garoto, que aparentava ter seus dezoito anos, atendia os clientes daquele lugar. Ele era alto e musculoso, pois sua camisa de trabalho ficava meia apertada e mostrava explicitamente as curvas do seu peitoral. Seus olhos eram castanhos e tinha um cabelo liso, com direito a uma franja discreta que caia entre seus olhos. Ele parecia ser simpático...
Por uma fração de segundos meus olhos encararam os dele. Fiquei nervosa e meia zonza. Meu coração disparou e meu estômago embrulhou de ansiedade...
Não acredito em amor a primeira vista, mas o que eu sentia era atração. Uma forte atração por aquele garoto.
Ele acabará de atender um senhor de idade e logo veio em minha direção.
- Posso te ajudar? - perguntou ele me encarando, sorridente.
- Sim... - Falei timidamente. - Quero uma dessas tortas de morango...
- Ótima escolha...
Observei ele pegar uma das tortas e embrulha-la com cuidado e experiência. Fiquei extasiada. Odiava essa sensação. Porque eu me sentia assim? Porque estaria tão atraída a esse garoto? Me sentia uma tola e odiava isso.
O tal garoto tinha pego um churros de chocolate e embalou ele com cuidado e o pôs em cima da torta já embrulhada.
- Cortesia da casa. - Disse ele sorrindo. Deixando o brilho dos seus dentes me deixarem tonta.
Eu sorri e o agradeci. Por fim ele se afastou de mim e foi atender mais um cliente que o aguardava impacientemente. Não esperava sentir isso... Não esperava que uma ida a uma simples fabrica de bolos me deixaria tão contente essa manhã. Não importava o quanto demoraria ou o quanto eu esperasse. O que eu sabia era que queria revê-lo novamente. Nunca esqueceria daquele doce rosto.
(Texto criado de um sonho)
Por Evandro Weyde
